“Nos videojogos, os jogadores passaram a assumir novos papéis e a fazer parte da história”
13 outubro 2022 - Óbidos Parque
Que textos e letras alimentam os media digitais transversais? Há princípios de contar uma história que continuam relevantes para novos meios como os videojogos? Estas foram as grandes questões lançadas a debate quarta-feira, 12 de outubro, na mesa “Códigos de Criação”, a primeira do segundo e último dia do FOLIO Tec, subcapítulo do FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos.
Para Sandra Acosta, autora de vários podcasts sobre Inovação, “a linguagem, o conteúdo e a mensagem” são fundamentais, em qualquer formato. “No campo da programação, o desenvolvimento tecnológico é hoje evidente através das narrativas dos videojogos, por exemplo”. “Os jogadores passaram a assumir novos papéis e a fazer parte da história”, o que contribui de forma decisiva para o seu envolvimento com o jogo.
E são precisamente os jogos que estão na base do conceito de gamificação, a essência das soluções da Fractal Mind para empresas. “O envolvimento dentro da gamificação é a chave” de todo o processo, afirmou Tiago Perdigão, CEO da tecnológica. “Posso estar envolvido, mas não ‘engajado’. Mas se estiver ‘engajado’, estarei de certeza envolvido. E a narrativa influencia. As histórias ajudam muito a desenvolver traços que não estavam ou que não eram muito trabalhados”.
“Há situações de jovens que estão a gerir equipas online com 20, 30 pessoas, dispersas, que não se conhecem, e que, sem o esperar, estão a desempenhar funções de liderança, de compromisso”, exemplificou.
Segundo Tiago Perdigão, “há de facto uma evolução muito grande - dentro da aplicação da tecnologia - do empowerment que é dado através do storytelling”.
A importância e o carácter evolutivo da linguagem, o cuidado que hoje deve acompanhar qualquer narrativa, qualquer que seja o formato utilizado para passar uma mensagem ou cumprir um objetivo, foram outros dos tópicos de conversa.
Sobre o FOLIO Tec
O FOLIO Tec foi uma das novidades da edição deste ano do FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos, e que surgiu com a curadoria do Óbidos Parque - Parque Tecnológico de Óbidos. Fez parte do capítulo Folio Educa, e foi desenhado para refletir a ligação da tecnologia à literatura.
“Sendo a tecnologia digital parte integrante do nosso mundo, assumimos a transitoriedade do nosso papel enquanto organizadores de um capítulo dedicado à tecnologia. Queremos que conheçam um outro lado de Óbidos.
Um lado binário, de uns e zeros, de algoritmos e capacidade de computação. Em Óbidos há um parque tecnológico e uma nuvem de mentes e soluções que se quer abrir à Cultura, porque gostamos do lado criativo e potencialmente libertador que a tecnologia possui”, explica Miguel Silvestre, diretor executivo do Óbidos Parque.